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  • Foto do escritorPaloma Galvão

A diversidade dos relacionamentos em Modern Love

Atualizado: 5 de mai.


Você provavelmente já ouviu falar desta série, disponível na Amazon Prime. Se não assistiu ainda, sugiro que assista antes de ler este texto, pois pode conter alguns spoilers!


A série é, na verdade, um compilado baseado em textos publicados em uma coluna sobre amor e relacionamentos do jornal norte-americano The New York Times.

Estreou em 2019 e possui duas temporadas. Cada episódio é diferente um do outro e não se conectam diretamente (com exceção do último episódio da primeira temporada, que amarra magistralmente os personagens de cada episódio).

Algumas atrizes e atores já são conhecidos do grande público como Anne Hathaway, Dev Patel, Anna Paquin, Kit Harrington.

Vou comentar alguns episódios que me chamaram atenção:


Temporada 1


Episódio 3 – Me aceita como eu sou, quem quer que eu seja

Este episódio me chamou a atenção por tratar de forma didática sobre alguém que sofre de transtorno bipolar e como isso afeta nos relacionamentos. A personagem de Anne Hathaway mescla momentos de euforia e agitação com momentos de depressão e apatia. E quando tenta se relacionar, não consegue compartilhar este seu lado com o rapaz que conheceu. Ele, a princípio, sente que ela não está tão interessada, e acaba se afastando, sem saber que ela está interessada, porém a bipolaridade afeta seu humor. No fim do episódio, ela finalmente compartilha suas dificuldades com a amiga do trabalho, se abre, se expõe, se conecta, mostrando suas vulnerabilidades. Quando temos alguma questão e não expressamos isso para a pessoa, como ela vai saber? Seja sincera e se abra, pois ninguém possui uma bola de cristal para adivinhar o que você está sentindo e pensando. Temos a tendência de, ao conhecer um possível pretendente, mostrar nossas melhores características, tentar agradar ao máximo, sem mostrar nossas fraquezas e vulnerabilidades, que fazem parte de quem somos.


Episódio 5 – No hospital, um interlúdio de clareza

O que chama atenção neste episódio é o realismo. Não é uma história de amor, não é um romance apaixonado, e sim uma mulher e um homem que se encontram para ficarem juntos, porém no momento de preparação para o ato sexual, ele se machuca e precisa correr para o hospital. Eles dormem juntos, no hospital. Não são um casal, não são sequer amigos, porém estabelecem uma interação muito curiosa. Ela cuida dele, mesmo sem ter qualquer intimidade. Eles criaram uma expectativa ao se encontrarem (o sexo), que foi trocada por uma ida ao hospital, de cuidar dele, de vê-lo nu, em um contexto hospitalar, de movimentá-lo em uma cadeira de rodas. Por um momento, poderíamos achar que eles nunca mais se encontrariam novamente, que o encontro foi um fiasco, mas eles estabelecem uma conexão ali, não necessariamente romântica, mas com muita intimidade emocional. Às vezes estabelecemos boas conexões, sem necessariamente estabelecer relacionamentos românticos. Já conheceu alguém por aplicativos de paquera e ficou amiga dessa pessoa? Acontece!


Temporada 2

Episódio 2 – A Garota da Noite Encontra um Cara do Dia

Este episódio cativa pela ótima conexão do casal, porém, eles precisam lidar com um desafio: ela sofre de um raro distúrbio que a faz dormir durante o dia , e viver normalmente durante a noite. E ele precisa acordar cedo, pois é professor em uma escola. Entre adaptações na rotina, chateações, dificuldades de entender, vemos que eles conseguem se aceitar como são depois de um tempo. O que antes era visto por ele como uma falta de se esforçar mais, vai se transformando em compreensão da situação. Nem sempre as pessoas são do jeito que queremos que elas sejam, precisamos entender as limitações delas.


Episódio 5 – Sou...? Talvez esse teste me diga

Coisas me chamaram atenção neste episódio: as dúvidas que muitos adolescentes possuem a respeito de sua sexualidade e a busca por respostas. É um dos episódios que abordam a temática LGBTQIAP+, e o faz de forma bonita e inocente.

A personagem principal usa testes de internet para se conhecer melhor, e, por meio do resultado, baseia suas vivências, e esquece de viver de forma espontânea. Conhece uma aluna e se interessa por ela, porém fica na dúvida. “Será que estou gostando dela?”. Quando finalmente consegue ter um momento de intimidade com a moça (se beijam), se assusta, não sabe lidar com aquilo, se afasta, não assume. Pode ser muito assustador entender que não seguimos padrões e expectativas que a sociedade nos cobra, como casar com um homem. Mas não precisamos seguir esses padrões. Somos nós que temos que nos adequar? Ou a sociedade poderia aprender a aceitar a diversidade das relações?

Esses foram os episódios que mais me chamaram a atenção, por temáticas voltadas a saúde mental, diversidade sexual, gênero e aceitação das diferenças.

Cada relacionamento é único, diverso. Tendo respeito e consentimento das partes, toda forma de amor vale a pena.


Obrigada por ter lido até o final! Não esqueça de me seguir no Instagram @psicopalomagalvao para mais conteúdos sobre gênero, sexualidade, diversidade, LGBTQIAP+ e relacionamentos.


Paloma Galvão

Psicóloga

CRP 01/17447

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